Diário dos Arruinados- XVII




Quero que se lixe o que os outros pensam.

Quero mesmo que se lixem!

Quero tanto que se arruínem, muito mais até ao que a mim me desejam, e não me envergonho de o dizer na amplitude de uns pulmões cheios de ímpeto para gritar.

Sou um danado imprestável no desemprego eterno de vida acumulada, todos o vêm e quem sou eu para o recusar?

Sou um nada de brutidade e lanço o punho manchado de sangue na mesa, a quem ousar o recusar.

Viver de paz e delicadezas com um código de ética estipulado até para como mastigar a comida do meu prato é revoltante!

A mim ninguém me diz o que fazer e como fazer, a mim ninguém me pontualiza com moralidades e beatices, eu agarro o que quero, como quero, á hora que me apetecer, deixando para as paredes cujas vozes não me chegam, as opiniões.

Quero violar qualquer delimite que haja pois as barreiras foram mesmo feitas para ser enganadas. Ridicularizadas.

Há linhas de conveniência, há conformidades de rebanhos e pastos que de bom grado desfaço.

Estilhaço. Refaço e Destruo novamente só pelo prazer que me dá.

Sou agitação que ondula o Mar, sou a força tenebrosa que sacode a Terra e lhe abre as fendas.

Abro as cicatrizes de um Mundo demasiado quieto para o tamanho de nervo que me deu.

Antes não tivesse dado e o dano não aconteceria, não teria de suportar a disformidade da besta insensível nascida com o apelo de destruição.

Antes não tivesse dado e seria mais fácil para ambos.

Mas como seria se a conquista se faz exactamente pela guerra de uma paz?

Terão sempre de haver pessoas como eu, filhos de Marte, guerreiros de alma e coração canalizados pela energia certa da motivação.

Os limites são afinal lâminas de espada que cravo em mim mesmo.

Apenas eu me Limito.

Só Eu.



Sarah Moustafa

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