Ansiedade




A ansiedade mata.
Mata todos os dias.
É o  sopro no castelo de cartas que se vive diariamente.
Insolente.
Desaba.
A ansiedade é uma filha da mãe. 
Infiltra-se nos recantos mais obscuros, mais impensados, entranha-se e não larga.
Não nos deixa o sabor de um minuto de paz ,mesmo, quando nos faz pensar que deixa.
Não, ela esta sempre lá.
A rir-se no cantinho escuro, a processar as artimanhas de profissional, tem magistratura e orquestra o nosso corpo a sua vontade. 
Sabe usa-lo melhor que nós.
A ansiedade é ditadora e tirana, sugadora aos níveis mais negativos de energia, insaciável de melindre, que é precisamente o que a alimenta.
Lambuza-se e deleita-se da nossa mais pura forma de estar, a sensibilidade.
Tira-nos o ar, mete as mãos no coração e espreme-lhe o núcleo, pontapeia o estômago,  chicoteia a pele, verte-se para fora e mesmo assim permanece incansável nos seus modos.
Ansiedade é astuta, deixa-nos relaxar e contemplar a mentira da sua calma, espera o melhor e mais vulnerável momento para atacar, planeia minuciosa a forma de nos subjugar.
A ansiedade desmascara por completo a fachada, é a protecção contra ela mesma.
Ansiedade é filha da mesma mãe. 
A que a carrega.
Ela é bomba que detona sem ser accionada, é a prevenção dessa mesma explosão.
Ansiedade é um grito por liberdade, é um check-up a nós mesmos.
Ansiedade é sexto sentido, intuição e alerta.
Ansiedade Mata.
Mata para Reanimar.

Sarah Moustafa

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