Num Abraço



Num abraço mudo revolvo o pensamento, crente que nesse envolver, embrulho, depuro as esferas do sofrer, que atende á plena sabedoria do afinco de conhecer todas as notas do carecer, preciosas ao vestir a carne, que impulsa e repulsa as maravilhas do ser.
Num abraço mudo falo a linguagem do sentir em água, o explodir da sensibilidade, crescente na cristalina vertente nascente, que corre inocente, intensamente para o curso fulgente da fluidez em que ao nos fixarmos permaneceremos de vez.
Num abraço mudo embalamos a canção que sopra em subtil comoção, a melodia da tentação de ceder aos caminhos da imortal devoção, imortalizada na concreta mão que escreve unicamente ás letras do coração.

Sarah Moustafa

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