A Fuga
Corro para além da linha a que os meus olhos pousam, restritos, no vislumbre que circunscreve insensivelmente, as dádivas do deslumbre para onde apresso o corpo limitado, á vedação do intransponível momento em que o pé pise firme o chão do encantamento coberto pelo sonho da soberba aspiração.
O vento expele o poder na direcção do liberto desejo, a que persigo incessante, teimosa na obstinação do ideal, que ninguém no expoente do ultraje, me retira, me impede de direccionar veloz no trilho pelo despertar abraçado, sussurrado pelos cânticos divinos ao ouvido atento, expectante de resolução.
Não fujo, fluo por fim, no caminho ,pelas borboletas sarapintadas mostrado, nos recônditos mistérios da natureza procurados, cujo universo demanda, advoga por uma única condição, a de me libertar dos escrutínios da imposição.
Por isso, corro, corro sem parar, o vento ampara a fatiga, levita o corpo em aceleração crente no decurso da fadada, certa, essencial continuação.
Sarah Moustafa
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