Domínio






No sufoco da violência dos gestos, a paixão brota.
Reverencia a brutalidade dos gestos, aclama a amargura na língua, o aperto no peito, a hedionda abominação de detestar o quanto se consegue amar.
A tortura do grito trovejante, as sombras desnudas na obrigação do movimento.
O negro ressalta no escarlate do coração, mas é tão ou mais forte do que este, porque é profundo.
As raízes crescem no poço das aguas lamacentas, lodosas,  encardidas... construídas no assombro do terror. O pavor das amarras que só se libertam na complacência do jazigo.
Temor deslumbrativo,resvala na intensidade da fixação mortificante, do domino e da entrega.
Da soberania e da serventia. Do dono e do escravo, a quezília do poder manchado na cama expectante, testemunha da perplexidade, do que dois corpos produzem na magnanimidade coagida da rendição do absoluto.
Na desarmonia perfeita  da idealização da quietude, a paz que não reina, o caos destemido que ocupa o devido lugar.
A imponderação da paixão desmesurada, sem controle, que magnetiza, prende no resoluto da batalha dos excessos. Na batalha dos pólos que se opõem terrivelmente e se tocam nas extremidades doentias da degeneração total.

Sarah Moustafa

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