A chuva cai..
A chuva cai e eu caio com ela...desabo nas milhares de gotas frescas e expando-me por ai e por acolá, no manto de água, no refugio das emoções imperfeitas, que na brutalidade dos seus efeitos me inferiorizam, me submetem ao tamanho de um pingo na imensidão do oceano.
Deporto-me para a fluidez do liquido, retorno no ritmo da melodia exaustiva do diluvio abundante, do extravasar das arritmias sufocantes que inundam o interior da matéria incapaz de as suster no controle almejado, impossibilitado de lançar o Sol no altos dos céus, irradiando no sorriso dourado do esplendor magnânimo o brilho entusiasta.
As nuvens adensam-se frágeis no sustento pesado da água invasiva, gritante por libertação.
As nuvens cedem, gretam-se na brecha dolorosa da forçosa função.
A chuva cai e revestida nela, aterro no solo profundo, fertilizo a terra abundante, acalmo a sede e sinto-me segura no ninho inesperado.
A chuva cai e não incorre só, pois estou com ela, nela difundida, sempre.
A chuva continua a cair e escoa-me no filtro necessário ao retorno da função.
A chuva cai....e eu caio com ela, por ela, por mim, assim.
Sarah Moustafa
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