Os Olhos de Sempre
Sempre tive estes olhos
Estes que mais ninguém tem
Tendo-os na mesma
Sepultados nas órbitas de alguém.
O jazigo dos seus
Que não sendo
São meus
Sempre no alto de um Olimpo...
Sempre Curvados a Zeus.
Sempre tive a falta desses olhares
Que se trocam breves
Ondulações de diferentes lugares
Não sendo Oceanos
Formados dos mesmos Mares
E não se fundem e confundem
São apenas Pares.
Sempre tive a consciência
Da sua fome
Os olhos mendigos
Vagueiam sem Nome
Na decadência
Esfomeados de um Saber
Que não conhecem
Por não reconhecer
Que são a Inocência
De um corpo que se evade
De Consciência
Sempre me faltaram os olhos
Que não me levaram
E o brilho de que me louvaram
Porque não se extingue
E acredita sempre
Que existe o sonho
Que neles se estilhaçaram?
E eu Pensava
Antes não fossem...
Antes fossem
Tão pequenos
Tão pequenos
Que se estreitassem
E conformassem
De sabores amenos
Antes fossem eles
Tão banais
Que nunca se diferenciassem
E nos outros se pudessem recostar
Sendo Iguais.
Sarah Moustafa
Sarah, acho que sei exatamente do que fala: da curiosidade e do espanto que não sessa na alma do humano, e que acaba por deixá-lo sem lar e desconfortável, sempre, eternamente atento; coisa que tem vantagens e desvantagens (você deve saber quais são).
ResponderEliminarAté!