O Perdão



Em retrospectiva de fragmentos de uma memória vívida eu tento exercitar o poder do perdão.
Perdoar, ter esta capacidade, doa-nos uma força que só com a força do Amor poderá competir, as capacidades que uma palavra tão curta e um gesto tão pequeno podem ter assemelha-se quase a uma irrealidade paralela num mundo alternativo.
A força do perdão consiste nas benesses curativas.
Desculpar uma palavra rude, um gesto indelicado, uma decisão irresponsável é o suficiente para nos garantir mais alguns anos de qualidade de vida, é suficiente mas não só, é vital.
A chave da medicina, o elixir da pedra filosofal, a cura para os grandes males, que há tanto, nos assolam e devastam no rasto da vingança e do rancor, os antagonistas temerários deste mesmo perdão.
É complicado atropelar o Ego em prol do bem-estar, é difícil reprimir um orgulho que nos defende a carcaça, é quase impossivel adquirir este sentido de vida.
Contudo nos momentos de introspecção, em que tudo aquilo que doi ascende, tal tela de filme nos meus olhos, nesses momentos em que a dor se liberta fugazmente do Ego, eu vejo o perdão.
Quase que o sinto. Quase que o pratico. Falta só um quase de nada ou um quase de tudo.
E continuo doente. Continuamos todos doentes, porque não perdoamos.
Não sabemos perdoar.
Morremos.
A carcaça apodrece e o Orgulho vence.
A raiva contamina. O rancor permanece.


Sarah Moustafa

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