Escreves -me .




Sei que também me escreves ,
Nos dias em que as tempestades infiltram muralhas e me trazem para perto.
Recordam-te das páginas em branco que a tua imaginação preenche, ás escondidas.
Estou lá , nas entrelinhas de palavras retidas de orgulho e mergulhadas de afeto.
São polvilhadas de pimenta , mel e lábios sujos de desejo .
Ah... como ainda sentes tanto !
Na excessiva busca pelo sentido de uma nova Era que te faça renascer em desapego ... e os meus olhos já não sejam espelho dos teus .
E a minha alma não seja enlace da tua .
Como me deves desejar reduzir a pó , espremer em lágrimas que te lavem por completo!
Porque ainda escorrego no licor que inflama a tua garganta , nos pensamentos que se iludem uns atrás dos outros , em pressa e sobressalto pelo sismo que desponta.
Todos os dias , um novo tremor.
As forças opostas são tão graves como lindas , separam-se abruptas e teimosas só para se voltarem a encontrar.
Andas nas praias que te recordam do caminho que só se reescreve....indo lá atrás.
No passado que não esquece ,
não dorme
que tudo impede !
Sei que também me achas em papel , em álcool e pesadelos que assombram os sonhos de amores que não passam.
Sei.

( Sou Parte de ti.)

Demais.




Sarah Moustafa

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