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Enquanto fazíamos amor e eu dava a luz a tantas estrelas, fenômenos raros, espetáculo da natureza, o teu corpo imerso, afundava-se cada vez mais, não querendo parar de procurar abrigo, um lugar onde deixares a tua alma  .
Nesta estranha fusão tanta vida escondida saiu de mim.
Maduros frutos do meu ventre, cada um com uma linguagem sobrenatural, cada um com uma estrondosa e gritante mensagem para libertar no mundo.
Têm todos personalidade muito própria, causam rebuliço e desconforto por onde passam.
Declaram que foram gerados através do êxtase de dois corpos, entregues a uma viagem qualquer ao principio da criação de todo o universo.
De repente uma força abrupta desencaixou-te de mim, fundiu-se a luz e deixaste-me o que não me pertence.
Terá sido castigo, abusamos do nosso poder?
Eu nunca quis ser mãe .
Não sei como viver com a minha e a tua alma ao mesmo tempo.
Vem resgata-la, volta a viver .
Todos estes rebentos estão á espera do nosso regresso a casa.
Estão a organizar um motim . Já não posso com o barulho deles.
Mas têm razão,

Não temos sido bons pais.




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