...


tenho saudades de cair em chuva,
tantas gotas,
facetas companheiras
e de acabar em terra,
como uma pena delicada
caricia na tua pele.
e ser semente
fertilizar o solo,
abraçar o mundo,
esse mundo,
que se esqueceu de sentir,
quero entrar na pele,
como água
finda no deserto,
e dar de beber
o néctar da fonte
que flui,
nascente tácita
o corpo ,
e matar toda a sede,
preciso de me desfragmentar,
e num diluvio,
voltar a integrar -me.
Numa poça,
num riacho,
no oceano
de sereias aprisionadas,
na cascata mais erma
onde te banhas,
preciso Ser
presença em todo o lado.
Por favor vem,
estou com os olhos no céu,
é tela vazia,
por favor, chove
e pinta-me
em aguarela ,
com quantas cores
inusitadas
explodirem de mim.
Chama-me de poesia.

Torna-me numa obra-prima.

Sarah Moustafa

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