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Criaste-me.
e eu desfiz-te
numa cama de papel ,
nos quietos espaços
entre palavras,
no trespassar da
mão invisível,
rasgou-se pele,
peito aberto,
ferida milenar,
e agora tudo o que fazes,
é sangrar,

eu escrevo com a tinta
que me ensinaste,
a danação.
era apenas aluna,
e tu um mestre.
talvez tenhas confiado
demasiado,
e agora cresci ,
e não sabes o que fazer ,
com o que fizeste de mim.

Continuas a trazer-me sangue,
não queres que me cale,
não queres que me esqueça,
" Ama-me porque eu não sei quem mais o poderia fazer "
Violas o meu espirito, entras nos meus sonhos.
Encaixo-me em ti como se fosses a única pessoa
 que alguma vez tivesse existido.

Quando a realidade me desperta,
escrevo o teu nome e sinto raiva
e choro as tuas lágrimas.
e quase que me estragas,
a oportunidade dos dias,
mas então ...

eu vejo-te,
moribundo,
escondido atrás do novelo
de tantas mentiras,
vejo como encolhes,
mediante a sombra
do que criaste.
Como desapareces
na poça do teu envelhecimento ,
Subestimaste- me ,

Eu nunca te ultrapassei.
Todo aquele tempo,
Eu já estava ao teu nível.

Sarah Moustafa



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