Mancha




Sei que não existes.
E dançámos apenas coordenados,
em passos que se dissolvem no reino da fantasia.
Sei que apenas és,
borrão obsessivo e cobarde ,
em todas as tentativas de novos manuscritos.
E tento, tento, tento,
Mas dessa tinta inconveniente  ,
escrevem-se os meus sonhos .
E dos meus sonhos
sinaliza-se o sentido maior
das dores que tiveste de me auferir.
Sei que não existes,
E se não,  não és assim tão mau,
E se és,
Não temo,
Não tanto como perder ,
todas estas partes de mim,
tantas entrelaçadas pela descoberta de ti .
És nódoa , absoluta e negra.
Não é grave.
É só uma marca de guerra...
Excepto nos dias que te quer,
que te possui,
que te rasga,
para não remendares,
não ressurgires
inteira.

E tu deixas.





Sarah Moustafa

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