Na Terra dos Zombies
Não precisamos de filmes ou series de televisão para nos depararmos com a realidade triste de uma sociedade podre, e como tal, aqui residem os originais zombies que tão infielmente são retratados nas historias que desde sempre visualizamos, com que nos aterrorizamos ou encantamos.
A Aparência pode ser normal, nada de rastejos, nada de sangue ou carne humana, ou pelo menos que seja visível ao olho nu, porque estes zombies rasgam-nos a carne na mesma , só que por dentro.
As vísceras revoltam-se numa imensa e lenta carnificina de que somos alvo diariamente e na qual continuamos engrenhados, presos numa teia de corrupção da qual não conseguimos fugir.
Talvez por de tão semelhante com a realidade em que vivemos ,estas historias supostamente fictícias, nos excitem e nos compelem a criar mais produtos do mesmo.
Os zombies andam á solta há muito tempo, alimentam-se de nós todos os dias, numa morte lenta e certa que nos aguarda na sentença que nos é dada desde que nascemos neste mundo incrivelmente belo e incrivelmente decomposto.
A putrefacção criada pelo próprio Homem que destrói tudo em que toca, cego pelas frivolidades a que se entregou, e pelo qual se transformou na criatura assinalada como mortífera mas tão bem dissimulada que poucos vêem na sua natureza real.
Os ataques massivos acontecem todos os dias, as consequências a quem não se corrompe também.
Eles estão a solta, prontos atacar, prontos a infectar-nos com o vírus letal. Prontos a criar a um exercito da espécie modificada.
O exercito que já existe. O exercito que nos rodeia e que não vemos.
Nesta maldição a luz chega ténue, fragilizada pelo mal que reúne forças por todos aqueles que cedem e escolhem viver como mortos-vivos, aqueles que desistem, aqueles que abandonam, aqueles que julgam, aqueles que se alimentam da energia dos outros, aqueles que perderam fé no amor e na beleza que nos rodeia.
Aqueles que dormem ao nosso lado. Aqueles com que brindamos. Aqueles que cuidaram de nós.
Vivemos na Terra dos Zombies, aqueles que por desistirem de viver ficaram condenados ao limbo entre a vida e a morte.
Não estão vivos nem mortos,as aberrações, são as criaturas que temíamos a noite, no escuro antes de adormecer e que afinal...estavam precisamente no quarto ao lado.
Sarah Moustafa
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