A dúvida

Quando a tua voz toma conta , eu não sei no que acreditar.
Foi por ela que me apaixonei mas refugia tantas meias verdades,tantas , tantas, tantas palavras que não queres entregar .
Deixaste-me em mãos um quebra-cabeças, que por vezes, julgo sem solução.
Estou louca e doente .
Sinto as tuas mãos comigo de noite e os teus olhos a despirem-me devagar ,quando despontam os primeiros raios de luz ,e imploro para que aquele segundo não acabe mais .
É então ai que te oiço e dizes que fizeste o que era melhor para mim.
Consegues convencer me que me largaste algures no Mundo, para que tomasse o melhor partido dele, para que a Viagem de todos os meus sonhos não ficassem por realizar.
Crês, por uma razão qualquer ,que me impedirias de chegar onde devo, que escondes em ti o segredo de saberes pela primeira vez o que é amar alguém de verdade, estando disposto abnegar te desse amor, ciente que não serias o melhor para mim.
Consegues mesmo fazer - me crer ,quando me invades a mente e já não sou eu a pensar , que foi tudo por uma boa razão mesmo que nunca a possas declarar .
Quando falas e a dúvida desaparece, eu ainda vejo o Homem e os seus braços seguros apertando - me com toda a força , querendo possuir o tempo e desafiar todas as leis da existência.
E fazemos amor ,sem parar ,esperando que a imersão em absoluto , um no outro, nos absolva de toda a culpa.
E o perdão sejam os braços que não oferecem mais resistência.
Mas depois ... a tua voz some, e a duvida estala outra vez.
E sempre que volta é uma tareia maior.
Não existe Homem, existe a personagem.
Não existe razão ,
O Homem trocou-te por um sorriso de tédio na fotografia de família feliz e pela aliança patética a enfeitar-lhe o dedo, e tu foste a mais valiosa moeda de troca.
Não existe mistério para além de amar o Homem errado na imagem do fantasma certo.
Estou louca e doente,
e não sei mesmo o quanto de ti é real.

                                                            Sarah Moustafa