pandemónio



hoje a escrita é outra , a mulher por trás das palavras mudou .
a vida transitou para um estado contrário , a roda essa c*****girou !
as palavras têm um gosto diferente na boca , os dedos tremem engelhados de cansaço , tanto tempo passado debaixo d' agua quase a matou.
Não sei , quer dizer , se parte dela não morreu mesmo ou está perdida na desfragmentação do tempo.
Só sei que a única coisa que lhe é dada como certa , chama-se de Novo. ( o que é isso??? )
Olhar para a frente e crer que tem espaço no amanhã , até deixar de ter.
ter , ambição longínqua , subir montanhas como a mais feroz alpinista de sonhos e caçadora de demónios. ( olha o passo maior que a perna )
hoje a conversa é outra , ela sabe menos.
encolhe os ombros a tudo.
sim a sabedoria de envelhecer e ficar mais ciente e observadora do Grande Mistério .
Teorias há muitas , estudos , experiências , devaneios ... como se passássemos a vida a procura de um sentido só para descobrir que no fim não há nenhum.
Nascemos e morremos de volta á ignorância da inocência, de ser tudo e voltar ao nada.
tal como os passos cambaleantes na estrada aterradora das mudanças.
Hoje é uma coisa amanhã é outra , tudo é dual e contraditório , nada infalível e absoluto.
limpo.
certinho e direitinho.

Até o amor se redige em linhas tortas.

né ?







Sarah Moustafa



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