Boa Noite
A inocência refletia-se na roupa caída no chão , aos pés do desembargo , estendido esse longo caminho até ti.
Um vestido azul , turquesa como pedra nas tuas mãos, que se derreteu no calor da pele ou quem sabe na magia que se esconde invisível entre os dedos.
Uma música de fundo quase inaudível mas presente , atenta , como os olhos lunares cegos de luz.
Um copo de vinho quase entornado nas manchas da alma, iludidas pelas límpidas gargalhadas de enamoramento.
Uma cabeça apoiada no colo acidental que se fez abrigo e sinal.
Um beijo repentino alimentado pela expectativa , meses desfiados na imaginação , provar a nuvem doce no interior da boca e o salgado mar de língua afundada.
Consumação.
O despertar e a melodia de Harpa... nos lençóis bordados de ouro , amassados , sujos e ainda resplandecentes de candura.
Um sorriso de lábios cansados , um abraço na manhã cheia que tomou algo da noite...
e a tornou Pura.
Sarah Moustafa
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