Xiu
perco - me,
a tua voz chama.
corro desnorteada pelos corredores escuros com milhares de portas fechadas.
as tuas palavras ecoam distintas, juntam pensamentos numa dança que tem tanto de intrigante como de injusta.
páro. chega da caça a gambuzinos.
eu nao quero ouvir mais nada , e como tal sobrepões te com a estridência dos teus rugidos.
sempre dramático , delicioso e inconveniente.
lá sigo eu pelas ruas do mundo virado ao contrário .
adormeço cansada num banco de jardim a tua espera , faça chuva , faça sol.
nunca apareces.
respondo aos teus bilhetes cretinos , o que dizes tem o incrível valor que se cola as minhas mãos e escreve, escreve, escreve ... como se a obra fosse feita de um só.
sigo te como a estremunhada traça que beija a luz , inconsciente da sua sentença.
mas eu sei.
dizem segue a voz ...
recuso e corro ás cegas vazia de dividas que nao são pagas .
recuso aceitar que preciso dela , recuso a hipnose musical do amor louco e da sua doença.
aquele de que nao podemos fugir , de que nao nos podemos esconder , aquele que nao se cala quando estás simplesmente a tentar re*viver , re*fazer , re*alinhar.
cala-te. chato. cala-te .
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