A Lua e o Plutão #2



Nunca me soube capaz de tanto , como soube depois de te amar .
Porque a profundidade só se revelou de verdade quando nos devoraram para longe, e o tempo ás voltas , como um terrível sinistro na estrada atirou nos para mundos distantes.
Todos quebrados em sangue e cansaço , desfigurados num coma sem recuperação .
Embora soubesse o significado não estava ciente do propósito, nem que te deitaste em mim no silêncio dos gestos que nunca revelaste, e que lá ficarias por muito , muito tempo.
E que perder-te arde mais em ferida do que qualquer outra anteriormente vivida .
E que a tua passagem só foi efêmera no palcos dos olhos terrenos.
No meu peito distende - se o teu nome como uma pérola que vou levar comigo até onde as forças me segurarem .
O valor da memória nunca me vai ser tirado , eu nunca vou deixar que te tirem de mim.
Nem vozes, nem paisagens, nem leitos...
Vou levar-te como não é recomendado , estarás sempre no caminho e ninguém poderá competir com isso, ninguém chegará tão perto e tocará em mãos seja no que for.
Levaste tudo.
Porque és pó , brisa , sinais que se desenham nos céus , palavras que pingam dos meus olhos, beijos dados no nada , tempestade dos dias inconformados.
És tudo o que não se toca e tem-se , na mesma,  em todo o lado.
Nunca soube o desejo de filha , de amante , de mãe encubados até que te deitaste lá e decidiste que aquele era o teu lugar .
Não me deste oportunidade de escolher.
Nada.
Que feio de ti !






Sarah Moustafa


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