Há algo de "errado" comigo ? Sim. Tudo o que está "certo" em ti.



Importam as escolhas que não fazemos.
As palavras que não dizemos e as emoções mais ocultas que se escondem de si mesmas.
São essas profundas, intensas, viscerais que nos dão a verdadeira cor do mundo secreto em que todos vivemos sem habitar.
É essa lua negra que nos aufere o mais genuíno brilho.
É essa que potencializa a essência mais pura e desvinculada da realidade material.
Descer ao esgoto privado que fazemos  questão de esquecer que temos, putrefacto por essa  mesma tentativa destrutiva de o apagar.
A dor, o ressentimento, a raiva, a culpa e a vergonha que se reduzam e se infiltrem no organismo até que dêem cabo dele.
Até  que não  seja mais possível brincar, ao está  tudo bem comigo e tudo errado contigo e com o mundo.
Até que o centro do tornado se torne mais irresistível do que a tentativa de fugir dele e da verdade de nós.
Dói mais não estar presente com a nossa dor do que estar com ela.
É impossível embarcar numa visão mais  positiva sem antes integrar as mais dolorosas, negras facetas de nós.
Não, para quem tem negatividade na forma de pele.
Mergulhar na água  perfeitamente límpida  e sair dela com todo o lodo a emergir na superfície.
E não é limparmo nos dele mas antes reflectir como esse lodo, esse nojo, também é parte da água, parte do corpo, parte de ti.
E consegues deitar uma parte de ti fora?
Que serias tu sem ela?
Ao redor dizem te que sim, vai de encontro alegria de viver, esquece a dor, esquece a memória e o passado.
Basicamente estão a pedir que te esqueças de ti e atestar que tens algo de errado.
Mas como pode haver algo de errado contigo se fazes parte desta realidade e ela de ti?
Se somos todos parte do mesmo.
Resistir é o que causa a identidade fragmentada.
Resistir aos pensamentos absurdos que não queres ter, porque são perversos, porque são duvidáveis, porque nem sequer deviam existir.
Ou porquê é que vou deixar ,  permitir , sentir emoções se só me deixam vulnerável, exposto e pronto para ser magoado ?
Estamos sempre a resistir e é isso que nos provoca a nossa miséria, não permitir que tudo flua como parte do mesmo.
Não procurar integrar as polaridades que de opostas pouco tem.
É fácil? É bonito? É limpo? Tenho um arco iris a minha espera no final?
Não.
É rápido? Indolor? Faço uma vez e já está ? Feliz para sempre?
Ainda menos.
Tens te a ti mais presente em ti mesmo e na verdade do que és.
Não sei mas .... Não daí que a mesma beleza nasce?
Que a abundância e nutrição de amor-próprio floresce?
Um livro de auto ajuda nunca te vai ajudar.
Lê a própria palavra auto-ajuda.
Lê mais uma vez.
E outra.
E outra.




Just saying.



                         
     


                                                             



 Sarah Moustafa  

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