A procura
Na sombra do sol que sendo imenso nunca brilhou.
Mas o nunca não me enche a medida , seja esta de que tipo e tamanho for, simplesmente a noção de impossibilidade encolhe me a procura do que busco largo.
Então corri por ti na densidade das nuvens , algures no espaço e no tempo foi ali que te encerraste.
Na dissolução de mar e céu , do inatingível visível , pintaste te de tudo e nada , como sempre quiseste ser.
Foste caindo nas chuvadas longas de inverno para que não me esquecesse que não estando, continuavas por ali.
Com uma mão largava te e com a outra chamava o nome da mais profunda inspiração.
Olhar para o alto tornou se difícil.
A saudade dói sabes ?
A nossa por aquilo que não foi.
Desci do miradouro e fui a procura de uma vida sem ti.
(A) Tentei a normalidade do quotidiano, da correria dos minutos contados para a morte.
Comprei e vendi me de supostos preenchimentos, entreguei me ao que nunca me dei.
As dividas, os valores elásticos, as corrupções da alma, apontei as ao desassossego da falta de um nome.
A culpa seria sempre tua.
A responsabilidade, minha.
Perdi me algures entre o tempo, o ideal e a ilusão.
E sabor da tua essência que me derretia e invadia a imaginação.
O paladar paralisou me.
O medo desatou a rir se da figura insólita diante dessa percepção.
Olhei para os céus
Olhei para ti e pedi te desculpa.
Andava a procura era de mim.
Sarah Moustafa
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