Repertório da Lua #22



Estremeço.
A cabeça tem esta forma retorcida de atrapalhar desdobrando-se pelo ressurgimento do mesmo clímax de palavras .
Aumento o volume para não baixar de tom e a comunicação expande-se no silêncio que penetra a mente.
Quando uma ideia se repete como um disco riscado , a musica deixa de ter harmonia , perde as asas artísticas ,  mas encontra em pés bem sujos de terra , a realidade palpável e obsessiva do desejo.
Quebra-nos em pedaços, torna-os até um pouco grosseiros ( e eu que gosto tanto de ser bonita) ergue-se o duelo obstinado entre a teimosia e a negação que insiste porque insiste,  que vai ter aquilo que quer !
A que nos propomos transformar quando a lua se liberta cheia e reflete o animal em nós?
Corremos como cães selvagens por um osso só !
Putrefacto e ainda assim nos faz salivar , porque se o agarrarmos com os dentes e chamarmos de nossa a glória de tal feito, podemos deita lo fora quando quisermos.
Mas se fugir de nós ou pior alguém ganha-lo em primeiro lugar no pódio das vaidades .... enfraquecemos rafeiros nos meandros da falta e inutilidade.
Definhamos nas sombras da conquista á espera de uma medalha de participação e uma massagem no ego revoltado.
Quem corre por gosto nao cansa ou são sopas de cavalo cansado em que todos acabamos?

Uma vez que te apoderes de algo... algo já se apoderou de ti.

E perdes , sempre mais do que ganhas.

Porque nunca estás livre.



Marilyn Manson - Sweet Dreams




Sarah Moustafa







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